por Fabricio Vieira, facilitador de aprendizagem e fundador da Casa Movere
Em 2016 eu era Diretor de Operações para América Latina na Korn Ferry, uma importante empresa global, quando decidi ser coach. Eu tinha uma equipe, lidava com dezenas de pessoas em diversos países e queria saber mais, aprimorar minha liderança, conhecer novos conteúdos e ferramentas para impulsionar não só o meu crescimento, mas todos à minha volta, dentro e fora da empresa. O coaching estava se consolidando no Brasil e resolvi pesquisar o que oferecia, como era a formação e investimento. Decidi que valia a pena.
Escolhi, entre os vários cursos de formação, o da Escola de Coaches da EcoSocial, que trabalha com o princípio de que toda organização é um organismo vivo e que relações saudáveis fortalecem seu propósito, para resumir bastante. Mergulhei nessa proposta. Foram 174,5 horas de aprendizado, trocas e muita transformação. Nove horas em seis sessões de mentoria; oito horas de supervisão em quatro encontros e seis sessões de coaching com coaches credenciados pela Internacional Coaching Federation (ICF). E 48 horas de atuação prática, sessões de coaching. Tudo isso para ser certificado após 18 meses de aprendizados.
Valeu cada minuto de meu investimento, seja emocional ou financeiro. Me tornei não só um gestor melhor, mas uma pessoa melhor, com mais clareza sobre meus propósitos e na relação com o outro. Hoje tenho minha própria consultoria, construída em boa parte nos fundamentos dessa experiência.
Ser coach envolve uma imensa responsabilidade. Entre elas, ter o discernimento de que não se trata de terapia, mas de um conjunto de reflexões e exercícios que fazem parte de uma metodologia, onde o coachee (quem está em processo de coaching) descobre as próprias chaves para seu desenvolvimento. Para entender os próprios desejos e se reconectar com sua carreira.
Nessa jornada, tenho muito orgulho de todos os coachees que atendi. Uma jornada linda e emocionante onde nós dois, sempre nos transformamos. Não é milagre, promessa de sucesso ou riqueza. Ao contrário, é muito trabalho emocional e de planejamento prático para se chegar aonde deseja.
Por isso mesmo fico muito chateado ao ver a banalização do coaching nos últimos anos. Muitas vezes, alvo de comediantes, onde quase sempre representado por um personagem masculino, palestrante, que jorra promessas de sucesso e autoajuda com expressões em inglês. Sem dúvida, fruto de muitos cursos relâmpagos, com “mentores” sem a qualificação adequada que supostamente foram para a prática. Sem falar no derivados, coach de “life style”, “de vida”, emagrecimento e basta fazer uma pesquisa no Instagram para encontrar “coaches” de todas as modalidades.
Coaching não é e nem pode ser, piada. E é preciso falar cada vez mais sobre sua origem, sua seriedade, metodologia, escolas e institutos que oferecem uma formação sólida, com profissionais qualificados. Orientar as pessoas sobre como avaliar um profissional antes de contratá-lo. Os meios de comunicação também precisam colaborar para separar o joio do trigo, uma vez que sua função também é de utilidade pública, dando informação de qualidade para suas audiências.
E você? Já passou por um processo de coaching? Como foi sua experiência? Se quiser compartilhar conosco vai contribuir para que o verdadeiro propósito do coaching seja resgatado. Aguardo o seu relato!
Fabricio Vieira é facilitador de aprendizagem, consultor de Recursos Humanos, coach certificado pela Escola de Coaches da EcoSocial e fundador da Casa Movere. Além de sua graduação em Tecnologia da Informação pela Universidade de Marília e de um MBA em Administração Estratégica de Empresas pela UNIBTA, atualmente, está cursando uma segunda graduação em Psicologia pela UNIP.