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por Fabricio Vieira, facilitador de aprendizagem e fundador da Casa Movere 

Durante minha trajetória como diretor de uma consultoria global e, nos últimos anos, na Casa Movere, pude conhecer pessoas com motivações de carreira tão diversas quanto suas personalidades. Para muitas pessoas, o desafio de estar fora da zona de conforto é determinante. Longas reuniões, cumprimento de metas, trabalho autônomo e até sacrificar a vida pessoal em prol do trabalho têm pouca importância diante do sentimento de realização ao alcançar os resultados desejados. Outros já preferem a estabilidade, cumprir suas funções e contar com equilíbrio entre a vida pessoal e a jornada de trabalho na empresa.

Também conheço profissionais que adoram o ambiente de uma startup, não necessariamente jovens, onde a demanda permanente por criatividade e o clima de empolgação, todos fazendo de tudo em uma estrutura horizontalizada e o mérito, compartilhado. Acompanhei a trajetória de executivos que só se sentem realizados exercendo influência sobre a estratégia da empresa, independentemente do bônus de final de ano, ocupando posições de poder.

Alguns de nós encontram realização em um caminho de crescimento vertical, com a possibilidade de assumir novas responsabilidades, conquistar promoções e ter um plano de carreira estruturado, que ofereça um senso de progresso e desenvolvimento constante. Outros se sentem mais motivados quando têm a oportunidade de se reinventar constantemente, enfrentando diferentes desafios e projetos ao longo de suas trajetórias profissionais. Essas pessoas possuem sede de aprendizado e inovação, buscando ambientes onde possam contribuir com suas ideias e habilidades de forma proativa. Estabilidade para ela, é um tédio.

Poderíamos destacar vários motivadores de carreira. Eles não são importantes apenas para nosso autoconhecimento e para evitar equívocos na busca por uma posição no mercado de trabalho, mas também para os profissionais de RH, que desempenham um papel estratégico no recrutamento e seleção. É fundamental compreender os motivadores de uma pessoa durante o processo seletivo e investigar se estão alinhados com a cultura e o ambiente organizacional da empresa. Entre as muitas vantagens, redução de turnover e retenção de talentos.

É senso comum acreditar que um bom emprego está relacionado ao porte da empresa, sua posição no mercado e seus benefícios. No entanto, com o passar dos anos de experiência profissional, percebemos que a realidade é mais complexa. As organizações possuem identidades próprias, assim como as pessoas, e nem sempre nos encaixamos perfeitamente em todas elas.

Refletir sobre nossos próprios motivadores de carreira nos permite tomar decisões mais alinhadas com nossos valores e objetivos pessoais. Convido você a percorrer seu histórico profissional e buscar seus momentos de bom desempenho, de engajamento com o que estava trabalhando. Como eram essas empresas? Quais eram os motivadores profissionais que vocês estavam alinhados? Ao entender e abraçar nossos próprios motivadores, podemos trilhar um caminho profissional mais satisfatório e gratificante.