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por Fabricio Vieira, facilitador de aprendizagem e fundador da Casa Movere 

“Nunca se esqueça que por trás da planilhas existem pessoas”  

Monja Coen 

Há anos que gestores de RH que vão a congressos da área ouvem que é preciso transformar a área em índices de desempenho, linguagem de negócios, dados e mais dados para alcançar resultados. Ter metas, tudo milimetrado. Quando é preciso de treinamento, demissões, contratações, score cards. Sim, estudos são importantes para ter uma visão macro e tomar decisões.  

Mas o fato é que seres humanos não são “exatos”. Nem a vida, a pandemia, as guerras. Não por acaso, existem as ciências humanas. Não por acaso, as empresas continuam se repetindo com “crises de talentos”, alta rotatividade, como lidar com a teimosa e inteligente geração de Millenials, entre outras queixas. 

Os “recursos humanos” são feitos de pessoas. Únicas. Não existe planilha ou algoritmo que substitua um líder sensível à sua equipe, que olhe nos olhos de cada um, entenda que além de um “recurso”, ali também está uma pessoa como ele. Para além de sua competência, por vezes está passando por algum problema familiar, de saúde, tem questões domésticas a resolver e tantas coisas da vida, em sua integralidade, que podem eventualmente tirar seu foco, sua performance

Da mesma forma, reconhecer nesse contato olho no olho, cotidiano, que aquele “recurso humano” pode empolgar seus colegas, mergulhar em um projeto em que esteja apaixonado e trazer os melhores resultados não só para a empresa, mas para o bem-estar de toda a equipe. 

Convivemos diariamente com expressões que monetizam emoções. Se tivéssemos mais campanhas sobre “mês de acolhimento”, “dia do abraço”, rodas de conversas em que o centro das atenções fossem o humano e não o “recurso humano”, talvez as empresas tivessem melhores planilhas de resultados. E uma empresa mais feliz. 

O “movere” de Casa Movere é o chamado para esse movimento interno, de observação e apoio, do vulnerável e do forte, dessa combinação tão caótica organizada que o universo nos proporcionou. Um convite para a tal “dança cósmica”, que tanto fala o pensador indígena Airton Krenak. Nós somos uma poeira maravilhosa. Só precisamos lidar com o tempo, as ventanias e calmarias de forma mais orgânica. Dançar mais bonito.