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por Fabricio Vieira, facilitador de aprendizagem e fundador da Casa Movere 

Você certamente já ouviu falar de uma dinâmica de treinamento chamada Team Building, a construção de equipe, ou pode mesmo ter passado por essa experiência dentro da sua empresa. Bem qualificado, trata-se de um recurso valioso para sintonizar toda a equipe, “dar um freio de mão” para entender o que é preciso mudar, o que já está em transformação sem formalidades, um tempo para arrumar a casa.  

Engana-se quem pensa que existe um modelo prontinho na prateleira, uma receita de bolo para um Team Building bem-sucedido. Equipes são compostas de pessoas, e por isso mesmo, passam por momentos específicos de dificuldades e demandas. Pode ser um dia ou uma semana. Em toda a empresa ou somente algumas áreas. Um diagnóstico qualificado fará toda diferença para desenhar uma dinâmica mais adequada, sob medida.  

Um dos pontos centrais para o sucesso do Team Building é a criação de um ambiente onde a confiança seja a espinha dorsal das relações entre gestores, colaboradores e seus pares. Por isso mesmo, não adianta o gestor aparecer como um Oráculo, infalível, senhor de todos os conhecimentos e certezas. É imprescindível que ele seja um dos primeiros a colocar seus incômodos, sua percepção sobre si mesmo e a equipe, a avaliar a performance do conjunto. Se a liderança reconhece suas próprias fragilidades, fica muito mais fácil inspirar os outros a fazê-lo.  Isso não apenas humaniza a gestão, mas também estabelece uma base concreta para a construção de relacionamentos sólidos. 

No contexto do Team Building, atividades práticas que promovam a interação, a resolução de problemas e a comunicação são essenciais. Workshops, dinâmicas de grupo e eventos fora do ambiente de trabalho são métodos eficazes para fortalecer os laços entre os membros da equipe. Essas atividades não apenas quebram barreiras, mas também estimulam a criatividade e promovem a coesão. 

Patrick Lencioni, autor do livro “Os 5 Desafios das Equipes”, destaca a importância da confiança como o alicerce essencial para o sucesso das equipes. Ele argumenta que, em um ambiente onde a confiança é estabelecida, os membros da equipe se sentem à vontade para expressar preocupações, apresentar soluções e buscar parcerias. Isso cria um ciclo virtuoso de comunicação aberta e colaboração, essencial para a resolução eficaz de problemas e para o desenvolvimento conjunto de estratégias inovadoras. 

Os melhores processos de Team Building que conduzi foram aqueles em que as pessoas se surpreenderam com o desabafo de um colega, de um chefe. Simplesmente desconheciam que o “outro” estava sobrecarregado, ou porque sentia-se subestimado e gostaria de ter mais responsabilidade, ou tinha um projeto engavetado por falta de ter para quem apresentar.  Esse encontro aberto de olhares, percepções e desejos, é o momento em que sentimos que a casa pode sim ser arrumada e ficar inclusive, mais bonita e sofisticada. 

A cultura corporativa tende a pressionar por um ambiente de harmonia artificial, onde todos estão felizes e tudo está ótimo, o que acaba sendo muito tóxico na maioria das vezes, porque ninguém tem coragem de simplesmente dizer, “olha, isso não está bom para mim ou minha equipe, vamos conversar?” Por isso mesmo, o Team Building, construído a partir de um olhar de fora, uma consultoria externa, torna-se um instrumento tão importante. Com um relacionamento fortalecido pela confiança, a empresa ganha engajamento, e a equipe, espírito de coletividade e transparência entre lideranças e liderados.  

E você? Já participou de algum Team Building na sua empresa? Como foi sua experiência?