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por Fabricio Vieira, facilitador de aprendizagem e fundador da Casa Movere 

Se o casamento entre duas pessoas – que envolve tanto amor – não é um relacionamento fácil, imagine quando duas empresas, com times de centenas, às vezes milhares de funcionários, culturas próprias, uma identidade de sua marca construída ao longo dos anos, passam por uma fusão ou aquisição. Haja terapia de casal.

Na linguagem corporativa, Merger&Aquisition, ou M&A, acontece quando uma empresa faz uma fusão ou compra outra empresa. Pode ser entre gigantes como as farmacêuticas, por exemplo, ou grandes que adquirem alguma startup que pode agregar valor ao seu negócio e evitar futuras concorrências. O fato é que, tirando a alegria dos acionistas, esses processos afetam profundamente todo o quadro de colaboradores, da diretoria ao “chão da fábrica.”

Como essas transações são reguladas pela CVM (Comissão de Valores Imobiliários) do Ministério da Fazenda, elas possuem um prazo para serem divulgadas publicamente. O que sempre gera um grande impacto quando a notícia chega na empresa. Possíveis demissões, novos chefes, mudanças de áreas, todas essas incertezas, geram insegurança.

Por tudo isso, é um processo que exige delicadeza. A primeira delas deve partir dos gestores e lideranças: o acolhimento. Criar espaços onde sejam partilhados esses sentimentos, inclusive com gestores e, muitas vezes, até diretores.

Essa postura cria um vínculo de confiança com os times, fundamental para manter a motivação, a produtividade e a retenção de talentos. Diante da angústia da falta de informação, muitos profissionais podem se precipitar pedindo demissão, em busca de outras empresas para se sentirem mais seguros.

Estabelecer uma estratégia de comunicação eficiente, demonstrando o máximo de transparência com as informações que já podem ser compartilhadas, é outra ação imprescindível. Mas se até o RH e o time de comunicação podem se sentir vulneráveis nesse momento, uma boa solução é contratar uma consultoria externa especializada nessa transição.

As vantagens são muitas, além da expertise: mostrar que há um facilitador isento, que estará preocupado com o bem-estar de todos e não de uma empresa ou outra, com uma escuta ativa para encontrar os melhores caminhos para esse momento.

Efetivada a fusão ou aquisição, todos estarão muito mais preparados para o “novo casamento”, para entender que são duas culturas corporativas diferentes, quais são seus pontos em comum e o que será preciso uma adaptação.

A consultoria externa desempenha um papel importante nesse momento. Fortalecidos, preparados, sabendo quais são suas novas metas, pode-se criar um ambiente muito positivo. Afinal, um novo projeto profissional se apresenta, para quem fica e também para quem sai. O desafio é transformar essa passagem em crescimento pessoal, um período de resiliência.

Já passou uma experiência dessas? Compartilhe com a gente.